Vivemos num mundo ainda repleto de conflitos derivados de preconceitos de natureza racial. Perante este facto, vale a pena questionar o que é preciso fazer para que se estabeleça uma relação pacífica e saudável entre as diversas culturas do Planeta.

No templo Karni Mata (Bikaner, Rajastão, India) os ratos são considerados sagrados e, por esta razão, são cuidadosamente tratados a leite, água, ração e uma espécie de queijo. Decorado em mármore e ouro, este templo é visitado diariamente por fiéis que esperam ser abençoados com a passagem de um dos ratos pelos seus pés.

Fiéis ou visitantes são convidados, à entrada, a deixar os sapatos do lado de fora para que não sejam levadas impurezas para o interior do espaço religioso. Paradoxalmente, todo o piso interno é repleto de dejectos fecais, urina e restos de alimento.

Ao observar a expressão de fé dos fiéis enquanto fazem as suas orações, tendo os ratos a tentar subir-lhes pelas pernas, reflicto sobre as diferenças culturais.

Sendo certo que o conhecimento das diferenças culturais pode ajudar na atracção interpessoal e na redução do preconceito étnico, perante valores, atitudes e práticas de culturas inequivocamente diferentes, que estratégia escolher no caminho do entendimento? Dar a conhecer as semelhanças ou informar sobre as diferenças?  Talvez de um equilíbrio entre ambas resulte a melhor forma de deitar por terra os mitos e as falsas crenças que originam os estereótipos negativos, geradores da intolerância entre diferentes credos e raças, quando afinal nenhuma está certa ou errada, simplesmente são… diferentes.

É muito provavelmente o que torna a fotografia de viagem tão estimulante: capturar de forma criativa momentos únicos de uma outra cultura, com as suas expressões, atitudes, costumes e crenças. Dar a conhecer a beleza intrínseca de um povo, respeitando a sua identidade social, diferente, mas própria e positiva.

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